quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Mãe !

MÃE … as palavras fogem de mim como uma raposa foge de um caçador, parece que todas as palavras que conheço deram as mãos e correram, correram para bem longe de mim.
Acho que nunca me tinha acontecido tal fenómeno, estou estupefacta. Mas, de certo modo, é compreensível; não há palavras suficientes no mundo que te descrevam, que possam transmitir tal e qual aquilo que és para mim e o que por ti sinto, minha mãe. Por mais palavras que use nada adianta.
Dizer que és a melhor do mundo, que és, realmente, a minha melhor amiga, o meu maior orgulho, que representas uma grande parte da minha vida e ocupas uma parte ainda maior do meu coração, parece tão mísero quando penso na tua beleza. Podes não ser jovem, podes não ter agora vinte anos, mas sabes a que é que te comparo? Ao nobre Vinho do Porto, quanto mais anos por ele passam, mais valioso se torna. Assim estás tu, quanto mais Primaveras por ti passam, mais bela tu te tornas e mais eu te admiro.
Dás-me um colo, um abraço terno e quente, e os teus beijos que ninguém iguala? És única, bem como tudo o que me transmites. O meu maior sonho é ser uma mulher como tu, semelhante a ti. És mais que uma mulher, és uma santa. Tudo de bom que eu tenho foste tu que me ensinaste.
Sei que hás-de estar sempre do meu lado, mesmo quando mais ninguém me quiser, sei que no teu peito posso sempre consolar-me, sei que por mim tiras o pão da tua boca, se for preciso, sei que o teu amor por mim é incondicional, tal como o meu por ti.
Surpreendes-me tanto, como podes ser tão frágil e ao mesmo tempo tão forte? Já passaste por muita coisa nesta injusta vida, e contigo só tenho a aprender. A tua sabedoria é infinita, és realmente linda. Só tu me sabes dar força, sempre que me sinto a fraquejar.
Peço a Deus que nunca te venha a desiludir, desiludir-te, magoar-te, ver-te a chorar ou a sofrer, é uma dor que não sei se consigo suportar; e sinceramente, prefiro ficar na ignorância no que respeita à existência (ou não) dessa minha capacidade.
Deveria agradecer-te, mas um ‘obrigado’ é ridículo.
Deveria pedir-te desculpa, pois sei bem que não sou perfeita e que muitas vezes te desaponto, mas um ‘perdoa-me ‘ soa-me a pouco, oiço-o demasiado insosso para dizer a alguém puro como tu.
Sei que, pelas leis da Natureza que regem o mundo que nós habitamos, provavelmente partirás primeiro que eu e aí um pedaço do meu peito, vai ser desenraizado de mim, vai-me ser arrancado brutal e ferozmente e irá contigo, não duvides.
Acredita que eu te amo, de uma forma que ninguém descreve.

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